29 de março de 2012

Crítica de Filme - O Cisne Negro



Um dos filmes mais chocantes e pertubadores do cinema. Aronofsky o começa com uma bailarina  Nina Sayers (Natalie Portman) se movimentando, sob um foco de luz que tenta focá-la, mas não consegue iluminar a angustia e tristeza de seus olhos. Cisne Negro é sobre essa dançarina, repleta de talento e obcecada pela absoluta perfeição,  que vê a oportunidade de brilhar nos palcos, pois tecnicamente, não há bailarina alguma do corpo ballet a que pertence que lhe chegue aos pés. Cada movimento de seus passos é feito com um rigor absoluto. No entanto, essa rigidez a impede de soltar suas emoções no palco, de tal modo que Nina vê seu papel ameaçado por Lily (Mila Kunis), pois enquanto esta representa o cisne negro (luxurioso e peverso), Nina representa o cisne branco (deslumbrante e amável). Isso faz com que as duas bailarinas possuam uma terrível rivalidade e obriga que Nina parta nessa angustiante e depressiva viagem, em que tem que deixar que um lado seu, até aqueles momentos, desconhecido, tomar conta de seu eu: seu reflexo negro. 
O filme mostra as reações de uma mente que decide criar a sua própria versão da realidade, libertando o lado selvagem, escuro que há dentro de cada um de nós e as atitudes que nunca pensamos que faríamos.
Aronofsky apresenta a queda das defesas, mostra cada passo de Nina em direção às trevas, mostra o lado obscuro, selvagem e exótico que há em cada ser. A personagem opta pela busca da perfeição e permite que a ficção tome conta da sua mente.
Nina, aos poucos, vai abrindo as portas para esse monstro da escuridão, se livrando de sua inocencia de uma criança, encontrando o lado escuro de sua pureza e rivalizando com Lily.
Em cisne Negro, existem duas forças em conflito: o autoconhecimento e a perfeição. Atrás dessas forças, Nina entra na espiral da vida, repleta de tristezas, tormentas e loucuras. O espectador pode ver e observar cada detalhe da mente atormentada de Nina, além de observá-la passo a passo em sua transformação nessa criatura das trevas, sem barreiras e limites.
O desfecho é perfeito e grandioso, Nina sobe ao palco com um olhar profundo, apaixonado, libertador e cheio de violência e que possui o mundo inteiro aos seus pés, seguido de uma salva de palmas dependente da perda de tudo o que lhe impediu de chegar até aquela última dança do cisne branco a procura da perfeição. O julgamento final fica nas mãos e mentes da platéia.
As luzes se apagam e as cortinas se fecham, levando para sempre uma criança despedaçada, mas perfeita.





Um comentário:

  1. Esse filme parece interessante, apesar de não ter assistido. A crítica em relação ao filme é boa.

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